Chuva que sobra na sombra das folhas.
Se enreda em babas de aranha
em gotas de luz
teias onde os dias
se tecem velozes
e as noites se arrastam em lentas metamorfoses
Manhãs sorridentes
curtas, perforando
a pele do tempo
a pele das folhas
a nossa pele feita de tempo
que se desfolha e se esvai
Luz lenta
matinal
obliqua
sussurrante
arrastando o dia para dentro da noite
a folha para dentro do chão
a matéria suspensa
espera
O tempo
deslizante
transforma
a pele
a folha
o dia
a noite
o tempo
curto
curto
as manhãs
sorridentes
a vida
efémera
fugaz
o jardim