Pouso o olhar no centro da folha
escrutino as nervuras
veias de seiva alimentando a vida
meço o pecíolo que a liga ao corpo da mãe árvore.
Contemplo a luz dançante
na margem afagando a clorofila
Vejo-a ser água e terra
e doce néctar para abelhas.
Meço o tamanho da superfície, o recorte,
a forma a lembrar um coração.
recolho-a na minha mão,
afago o veludo fresco e levo-a à boca
com o vagar de quem tem tempo
para oferecer ao céu da boca
a folha tenra de uma árvore doce
que dança à minha janela.