A chuva vai deixando pequenas pérolas espalhadas no jardim, suspensas na
brisa, nas tardes curtas, sorrateiras, emaranhadas, delicadas que nem
palavras à espera da noite.
Pérolas presas na teia do pensamento antes de ser palavra
Escorrem lentas, secas, acabadas, outonais, as sílabas da estação que se adivinha.
Recolhem-se e encolhem-se as palavras onde o inverno se aninha.
Enquanto não chegam os dias sem luz, as noites sem forma
o jardim disfruta da tranparência dos instantes em que fugaz e obliqua
a mão morna da manhã acaricia os contornos do tempo vegetal.
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