A chuva vai deixando pequenas pérolas espalhadas no jardim, suspensas na
brisa, nas tardes curtas, sorrateiras, emaranhadas, delicadas que nem
palavras à espera da noite.
Pérolas presas na teia do pensamento antes de ser palavra
Escorrem lentas, secas, acabadas, outonais, as sílabas da estação que se adivinha.
Recolhem-se e encolhem-se as palavras onde o inverno se aninha.
Enquanto não chegam os dias sem luz, as noites sem forma
o jardim disfruta da tranparência dos instantes em que fugaz e obliqua
a mão morna da manhã acaricia os contornos do tempo vegetal.
Vento que traz as sombras da memória no Olhar das Palavras entre o Coração e a Alma. Rodopios,Murmúrios Arrepios, Desvarios e outras Imagens
07 novembro 2016
05 setembro 2016
O SAL DO TEMPO
Passo a passo piso o sal do tempo
enquanto o outono não chega
desfaz-se em espuma e voos de gaivota
Em mim a dança das ondas
no vai-vem dos dias quentes
Sombras, brisas e voos abrem caminhos na areia
piso, pouso, páro
páro
piso
pouso
Pés de espuma a caminho de casa
16 agosto 2016
Jardim de pérolas
Esta manhã acordei com o jardim transformado em poesia.
Poesia de pérolas tecidas em teias de chuva.
Poesia de fios de luz deslizando no ar,
pousando leves e líquidos no verde ainda adormecido. (agosto 2015)
Poesia de pérolas tecidas em teias de chuva.
Poesia de fios de luz deslizando no ar,
pousando leves e líquidos no verde ainda adormecido. (agosto 2015)
30 julho 2016
LUZ SUSSURRANTE
Danças comigo?
murmurou mansinha a luz enquanto acariciava o lúpulo suspenso entre mundos.
E dançaram até a manhã se fazer tarde,
e dançaram no silêncio quieto dos dias sem brisa,
do tempo sem horas
e dançaram na doce cumplicidade de quem sabe ser apenas sopro.
murmurou mansinha a luz enquanto acariciava o lúpulo suspenso entre mundos.
E dançaram até a manhã se fazer tarde,
e dançaram no silêncio quieto dos dias sem brisa,
do tempo sem horas
e dançaram na doce cumplicidade de quem sabe ser apenas sopro.
27 julho 2016
Que pena, a vida na asa de uma gaivota
Penas suspensas na pressa dos dias
Penas dançantes nos picos da vida efémera
Penas pousadas nas plantas...dos pés
Perfume de penas desabrochando no mistério da flor
De pena em pena
corre a vida veloz
até ser flor
na asa de uma gaivota
Penas dançantes nos picos da vida efémera
Penas pousadas nas plantas...dos pés
Perfume de penas desabrochando no mistério da flor
De pena em pena
corre a vida veloz
até ser flor
na asa de uma gaivota
22 julho 2016
Vamos beber manhãs frescas de verão
" Com o sol a trepar pelas árvores
não tardará
que a manhã corra mais limpa
e se possa beber"
Eugénio de Andrade
29 junho 2016
13 fevereiro 2016
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