14 outubro 2006

Umbigo de terra

Descose-se o umbigo, ponto por ponto ...
Solta-se o grito, neste cavalo que monto ...
Abre-se o véu ... vislumbra-se o segredo.
Rasga-se a máscara, pedaço a pedaço,
estendem-se as mãos
desenraízam-se os pés,
aprendem-se os passos,
Abrem-se os olhos,
Rasgam-se as pálpebras.
Entra a luz no umbigo descosido, aberto,
Exposto e daquele buraco escuro que nos liga ao nosso centro vai emergindo uma estrela ponta por ponta, vai brotando com um brilho decidido e quente, trazido das entranhas da alma, de um lugar misterioso, para além de nós, para lá do infinito que somos.
No olhar um brilho, um brilho de estrela
Estrela de cinco pontas, parida pelo umbigo, numa tarde de sol, tão quente, tão quente que derretia segredos e descosia memórias.

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